
A TV Cultura anunciou que Leão Serva, o jornalista que virou manchete ao tentar impedir a histórica “cadeirada” de Datena em Pablo Marçal, está fora da emissora. Oficialmente, a culpa é da “reestruturação” e da “otimização de recursos” — aquele eufemismo corporativo que, traduzido do burocratês, significa “corte de custo com gente que a gente não quer mais pagar”.

O jornalista Leão Serva no debate em que Datena atacou Marçal com uma cadeira
Serva entrou na Cultura em 2019, foi diretor de Jornalismo por quatro anos, depois correspondente internacional em Londres — sim, aquele cargo que soa chique até o orçamento lembrar que passagem de avião e aluguel em libra esterlina não se pagam sozinhos.
Mas foi em setembro passado que ele entrou para o folclore da TV, no debate da Prefeitura de São Paulo, quando Datena resolveu transformar o estúdio em octógono e Marçal, em sparring. Serva, que não é segurança nem árbitro de MMA, correu para impedir: “Não, Datena! Não, não!”, gritou, na esperança de que um político em campanha ouvisse razão (spoiler: não ouviu). O intervalo comercial veio como redenção e vergonha nacional ao mesmo tempo.
Não foi a primeira vez que ele precisou agir como segurança improvisado. Em 2022, no ‘Roda Viva’, defendeu Vera Magalhães de um deputado bolsonarista que achou boa ideia transformar bastidores de debate em live de ataque. Serva tomou o celular do sujeito e atirou para longe — um gesto digno de filme de ação, mas sem orçamento para efeitos especiais.
Agora, sem microfone, sem câmeras e sem cadeira voadora para segurar, Leão deixa a Cultura. E quem sabe, no próximo “ajuste de recursos”, não ajustem também a memória e esqueçam que jornalismo não é só cortar custos.