
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta sexta-feira (22) a liberação de R$ 40 bilhões em crédito para apoiar empresas exportadoras brasileiras impactadas pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. O pacote integra o Plano Brasil Soberano e será composto por R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões em recursos do próprio banco.
Os financiamentos contemplarão capital de giro, aquisição de máquinas e equipamentos, inovação tecnológica e estratégias de diversificação para novos mercados. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, terão prioridade as empresas que perderam ao menos 5% de receita com exportações para os EUA. “Para essas, o governo do presidente Lula vai abrir linhas incentivadas de R$ 30 bilhões”, afirmou.
As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) também terão acesso a garantias pelo Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC-FGI), com orçamento de R$ 2 bilhões capaz de alavancar até R$ 20 bilhões em operações. O governo incluiu ainda cláusula contratual de manutenção de empregos como contrapartida ao crédito.
De acordo com resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), poderão acessar as linhas do FGE todas as companhias cujo faturamento com exportações aos EUA represente pelo menos 5% do total registrado entre julho de 2024 e junho de 2025. Empresas de maior exposição, com 20% ou mais da receita atrelada ao mercado americano, terão direito a quatro modalidades de crédito, entre elas capital de giro, diversificação de mercados e inovação.
Além disso, o BNDES oferecerá duas linhas complementares com recursos próprios: o Giro Emergencial, financiado pela Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), e o Giro Diversificação Complementar, com recursos do FAT Cambial.
Mercadante informou que, a partir de 4 de setembro, os empresários poderão procurar seus bancos de relacionamento para solicitar os financiamentos. A lista de empresas elegíveis será encaminhada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Receita Federal e Serpro até 8 de setembro, com previsão de início das aprovações a partir do dia 15.