
No dia 15 de agosto de 1769, nascia um homem destinado a virar sinônimo de ambição, glória e também de propaganda difamatória: Napoleão Bonaparte. O sujeito que a Inglaterra jurava ser um tampinha histérico, na verdade, tinha estatura mediana para o século XVIII — 1,68 metro — e uma capacidade de expansão política que fazia qualquer monarca da época parecer um síndico de prédio.

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Da obscura Córsega ao trono da França, o corso ambicioso surfou na Revolução Francesa e, em 1799, deu um golpe de mestre no vácuo de poder: o famoso 18 de Brumário. Primeiro Cônsul, depois Imperador, Bonaparte não só redesenhou mapas, como modernizou a administração, criou um sistema educacional e até deu um tapa na bagunça jurídica europeia com o Código Civil — que, ironicamente, sobreviveu mais do que seu império.
No auge, o “baixinho” controlava quase toda a Europa continental. Itália, Alemanha, Espanha… parecia álbum de figurinhas, e ele queria todas. Até que a Rússia congelou seus sonhos em 1812 e, de derrota em derrota, o homem que queria governar o mundo terminou confinado em duas ilhas: primeiro Elba (onde deu um rolê de volta ao poder nos “Cem Dias”), e depois Santa Helena, onde a ambição virou memória em 1821, aos 51 anos.
Entre cartas apaixonadas para Josefina, exércitos devastados e inimigos que tremiam diante de sua estratégia, Napoleão construiu um legado tão contraditório quanto fascinante. Foi visionário e autoritário, reformista e belicista, amado e odiado — mas nunca irrelevante.
No fim das contas, o maior mito talvez não seja sua altura, mas a ideia de que um homem “pequeno” não poderia ser gigante.